descrição

descrição

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A Trajetória de Renato Rocha

O cidadão carioca Renato da Silva Rocha, nasceu, em 27 de Maio de 1961, no bairro de São Cristóvão, aonde viveu até os seus 9 anos de idade, quando mudou-se para a cidade de Brasília, no Distrito Federal. Era o ano de 1970. O seu pai, era militar e naquela ocasião, havia sido transferido para a capital do país. O primeiro local em Brasília em que Renato Rocha viveu foi na W3, permanecendo ali de 1970 a 1974, quando mudou-se para a quadra 306, onde passou à ter contato com a banda Tela. Mas, apesar do contato com a banda, Renato Rocha nunca tocou com a Tela. Também, foi por essa época, que ele começou à fazer bicicross (BMX). Tempos depois, mudou-se para a Quadra 16, onde passou à ser amigo de Geruza, o ex-integrante das bandas Escola de Escândalos e Blitx 64. Nessa mesma época, através de Geruza, Renato Rocha conheceu Andre Pretorius, Renato Russo e Fê Lemos. Os primeiros apelidos de Renato Rocha foram: Renatão, por causa de seu tamanho, e Romeu, herói olímpico grego das lutas. O músico sempre foi brigão. Quando, entrou para o time de vôlei da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), ganhou o apelido de Negrelle, que foi um famoso jogador do clube. Mais tarde, porém, o apelido foi mudado para Negrete, numa brincadeira de seus amigos com o sotaque francês. Ainda, em Brasília, Renato Rocha foi membro da facção "hardcore" dos "punks" dessa cidade (gangue dos Carecas). Também, ficou conhecido pelo apelido de Billy. A primeira banda que Rocha integrou foi a Gestapo. A banda era formada por Lulu Gouveia, Judas, Joãozinho Viradinha (que depois virou cantor Gospel) e Renato Rocha. Depois, Negrete formou com Toninho Maia a banda Hosbond Kama. Em 1981, ele passou à integrar a banda Dents Kents, composta por Fred (nos vocais), Ameba (na bateria, que mais tarde mudou seu nome para Jander e foi para Plebe Rude), Feijão (na guitarra). O Dents Kents existiu de 1981 a 1982. No ano de 1984, Renato Rocha ingressou na Legião Urbana, logo depois de a banda ter assinado o contrato com a EMI, a quatro dias do início das gravações do primeiro LP da banda. O motivo foi à tentativa de suicídio de Renato Russo ao cortar os pulsos, ficando assim impossibilitado de gravar. Renato Rocha já era amigo de Marcelo Bonfá, o que facilitou sua entrada para a banda. Há partir daí, virou integrante fixo do grupo e compôs “Quase Sem Querer” e “Daniel na Cova dos Leões” e outras canções junto com os membros da banda. A Legião Urbana originalmente era um trio, com Renato Russo (no baixo), Dado Villa-Lobos (na guitarra) e Marcelo Bonfá (na bateria). Em 1989, Renato Rocha deixou a Legião Urbana, quando a banda estava prestes a assinar o contrato do álbum “As Quatro Estações”. Em uma entrevista concedida anos mais tarde, ele afirmou que foi expulso por Renato Russo que, saindo de um elevador, disse: “Você está fora da minha banda”. Em entrevistas posteriores, Dado Villa-Lobos revelou que os reais motivos da saída de Negrete foram devido aos seus problemas pessoais com bebidas e atrasos em shows. Após anos, Billy foi convidado a fazer uma participação no álbum “Uma Outra Estação”, tocando baixo na faixa “Riding Song”, que se tratava de uma faixa em que a passagem dos demais instrumentos e o coral do refrão já estavam gravados por Dado e Bonfá. Contudo, como já não havia a voz de Renato Russo, a gravadora utilizou depoimentos gravados em 1986, dos quatro membros da banda em cima do arranjo. Depois, da Legião Urbana, Renato Rocha integrou a banda Cartilage, na qual lançou os discos “Cartilage Virtual” e “Solana Star”, cujo nome fazia referência ao návio Solana Star, que naufragou em 1987. Em 2002, numa entrevista, ele havia afirmado que a Legião Urbana rendia menos de mil reais por mês a ele. Também assumiu fazer uso de maconha, bebidas alcoólicas e que teve uma juventude marcada por estas e outras drogas. No dia 25 de Março de 2012, o programa jornalístico “Domingo Espetacular”, da TV Record, exibiu uma matéria em que mostrava que o baixista havia se transformado num morador de rua, na cidade do Rio de Janeiro. A reportagem descrevia a série de acontecimentos que o levaram a perder tudo e ir morar nas ruas cariocas. Especulava também o porquê de os direitos autorais não serem suficientes para que o músico conseguisse tocar sua vida dignamente e também, o porquê de sua vida ter se transformado tão radicalmente. Ainda, na reportagem, o ECAD comunicou que repassa ao músico um valor de cerca de R$ 900 por mês. Em 2013, Negrete subiu junto com outros músicos no palco montado no Estádio Nacional Mané Garrincha, no show “Renato Russo Sinfônico”. Neste tributo, Renato Russo apareceu no palco na forma de projeção holográfica. Em 2014, foi convidado para uma participação no projeto “Urbana Legion”, idealizado por Egypcio, da banda Tihuana. Neste projeto, Negrete voltou aos palcos para tocar os sucessos da Legião Urbana, junto com o também ex-integrante Eduardo Paraná. Infelizmente, na manhã do dia 22 de Fevereiro de 2015, mas precisamente às 8h30, uma governanta encontrou o ex-baixista morto, dentro de um hotel, localizado no bairro da Enseada, na cidade de Guarujá, litoral de São Paulo. A perícia confirmou que Renato Rocha sofreu uma parada cardíaca. O músico deixou um casal de filhos e uma neta. Aos seus fãs ficam as suas gravações dos LPs “Legião Urbana (02 de Janeiro de 1985)”, “Dois (Julho de 1986)” e “Que País é Este 1978/1987 (Novembro de 1987)”.
 
Pesquisa de Texto de Sidney Ferreira Firmino
 


Nenhum comentário:

Postar um comentário